terça-feira, 7 de julho de 2015
Mulher alérgica a eletricidade pode morrer se entrar em contato com WiFi
Jackie Lindsey vivia tranquilamente em Dorset, na Inglaterra, da renda de aluguéis de propriedades suas, até oito anos atrás, quando começou a sentir tonturas, dores nos olhos e formigamento nas mãos. Após três anos sem que os médicos conseguissem identificar o que ela tinha, ela se diagnosticou com hipersensibilidade eletromagnética (EHS na sigla em inglês) após pesquisar por sua própria conta.
Por conta da condição, Lindsey foi obrigada a vender a casa onde morava, pois conseguia sentir a rede elétrica do seu vizinho. Atualmente, com 50 anos, ela vive em uma propriedade rural em Wimborne, na Inglaterra. Sua casa não tem quaisquer produtos elétricos, nem recebe energia elétrica da rede de distribuição. Ela depende de velas, fósforos e gás natural para o aquecimento da casa e para cozinhar.
Para poder sair de casa, Lindsey utiliza uma roupa que cobre seu corpo inteiro, incluindo um véu para o rosto. O tecido da roupa é composto por 20% de fio de prata, o que a torna relativamente "impermeável" a ondas eletromagnéticas. Sem a roupa, uma rede WiFi ou um smartphone podem fazer com que ela tenha algo semelhante a um choque anafilático e pare de respirar.
Além dela, Lindsey também carrega um medidor de campo eletromagnético quando sai de casa. Caso se sinta mal, ela confere o medidor para tentar chegar a um local mais isolado de ondas eletromagnéticas. Com isso, consegue, por exemplo, passar cinco minutos dentro de uma loja sem que as redes de internet, as luzes e os aparelhos eletrônicos a afetem.
Ainda assim, Lindsey necessita que parentes seus tragam compras para sua casa. Embora ela acredite que ter se diagnosticado com EHS foi um alívio (pois lhe permitiu entender o que acontecia com ela), ela também lamenta as dificuldades de socialização que a condição lhe impõe. "Eu perdi tudo na vida que faz com que você se sinta humano", disse em depoimento ao Daily Mail.
A condição
No Reino Unido, a condição não é reconhecida pelos médicos. Na Suécia, porém, EHS é considerado uma deficiência. Lindsey comentou que se sentia bastante insultada quando os médicos que ela frequentou diziam os problemas eram uma invenção sua.
Segundo a instituição de caridade ES UK, voltada ao auxílio de pessoas com essa complicação, 4% da população da Inglaterra são severamente afetados por essa condição, e outros 30% a 40% sofrem dela de maneira mais branda. A caridade estima que, conforme a sociedade moderna se torne mais dependente de eletricidade, essas porcentagens devem aumentar.
Fonte:olhardigital
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