sábado, 5 de setembro de 2015
"O antivírus está morto", diz fundador da McAfee
Em uma sessão de perguntas e respostas no fórum Reddit, John McAfee, fundador e ex-CEO da McAfee, afirmou que não usa nenhum software para se proteger e acredita que o mercado está ultrapassado. "Não tenho antivírus. Eu acho que o antivírus está morto. Ele usa uma tecnologia antiga, que não é relevante. Os hackers são 10 vezes mais rápidos do que eles, é um sistema sem sentido", afirmou.
"Morto e fadado ao fracasso"
No ano passado, o presidente da Symantec, Brian Dye, também havia decretado a morte do antivírus, dizendo que o software estava "fadado ao fracasso". Na época, a declaração foi contestada por outras empresas do setor, que obviamente defendem a utilidade dos sistremas de segurança.
"Não é porque algumas bactérias se tornaram resistentes aos medicamentos que os antibióticos devem ser condenados à morte, descontinuados, deixando pacientes sem tratamento", explicou Eduardo Dantona, diretor da BitDefender Brasil.
"Sempre educamos nossos clientes sobre o fato de que nenhuma tecnologia de segurança é 100% confiável e que apenas uma combinação de medidas complementares pode reduzir efetivamente o risco de que os dados tanto de empresas quando pessoais sejam comprometidos", explicou Eugene Kaspersky, CEO da Karspersky.
Android, iOS ou Windows?
Questionado sobre qual sistema operacional móvel é mais seguro, Windows, Android ou iOs, o ex-CEO da McAfee respondeu: "Nenhum deles é seguro. Eu uso os três, o que torna mais difícil me encontrarem. Mas o meu favorito é o Android, pela facilidade de uso", explicou. Quem pensa que o executivo prefere smartphones modernos está bastante enganado. McAfee conta que usa telefones com flip sem GPS e costuma trocar de aparelho a cada duas semanas. "A primeira coisa que faço é remover recursos de atualização e bloatware", conta.
Ao que tudo indica, o ex-CEO não está muito satisfeito com os rumos do aplicativo que criou. Quando a pergunta foi sobre como se ele se sentia com o fato de sua ex-empresa, vendida para a Intel em 2010, passar a se chamar Intel Security, o programador deu risada. "Você não tem idéia de como estou feliz com isso. Ele se tornou o pior software do planeta. Você não consegue desinstalar, ele realiza análises o tempo todo e é lento. Graças a Deus eu não tenho mais associação com aquilo".
Fonte: olhardigital
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Punir quem fala mal de político na internet é "absurdo", diz advogada
Uma proposta de lei de autoria do deputado Claudio Cajado (DEM-BA) está sendo preparada pela Câmara dos Deputados. O documento - que deve ser apresentado em setembro - pretende responsabilizar civil e criminalmente usuários que ofendam ou difamem políticos pela internet, além de responsabilizar as redes sociais, portais e provedores que hospedam o site.
Para Gisele Arantes, advogada especialista em Direito Digital, o projeto é "absurdo". Em primeiro lugar, porque ele propõe uma alteração ao Marco Civil da Internet, que, como lembra Gisele, ainda não está pronto porque "ainda não impõe sanções àqueles que o descumprem". Seria, portanto, uma proposta de mudança a uma lei que sequer está pronta.
Além disso, segundo a advogada, a responsabilização civil e criminal de indivíduos que cometam crimes na internet já existe. Os procedimentos para punir usuários da internet que difamem outros cidadãos pela internet já são abordados, pela legislação brasileira, no Código Civil e no Código Penal.
Volta ao tempo da ditadura
A especialista considera ainda o projeto de lei um "retrocesso em relação à liberdade de expressão" por pretender responsabilizar também os hospedadores do conteúdo dito difamatório ou ofensivo.
Atualmente, se uma postagem do Facebook, por exemplo, for considerada ofensiva ou difamatória, a Justiça pode determinar a remoção do conteúdo. O que o projeto de lei propõe, no entanto, exigiria que o Facebook fizesse uma "fiscalização prévia" de todas as postagens que todos seus usuários fazem na rede - já que, caso alguma delas fosse considerada ofensiva ou difamatória, a rede social seria punida também.
Isso, por sua vez, geraria uma situação semelhante à que ocorreu durante o período de ditadura militar no Brasil, quando redações de jornais e revistas tinham censores do Estado que eram responsáveis por verificar quais textos podiam ser publicados. A exigência de fiscalização prévia das postagens, sob pena de responsabilização civil e criminal, geraria uma situação insustentável para os sites e redes sociais, segundo Gisele.
Fazer barulho
Para Gisele, o principal objetivo da elaboração de uma proposta de lei desse tipo é "fazer barulho" e pintar os deputados como "vítimas" numa situação de contestação política. A advogada acredita ainda que "não existe a mínima possibilidade" de um texto desse tipo ser aprovado, pois a proposta "fere a garantia constitucional da liberdade de expressão".
Com relação ao Marco Civil, Gisele acredita que ele deveria ser reformado, no entanto, de forma a permitir atitudes mais assertivas contra vídeos, textos e áudios que promovam discursos de ódio, tais como racismo, machismo, homofobia e xenofobia.
Atualmente, a legislação prevê a remoção imediata de cenas de sexo explícito divulgadas contra a vontade dos envolvidos. No caso de postagens que envolvam discursos de ódio, porém, ainda é necessário recorrer aos dispositivos antidos do Código Civil e do Código Penal.
Fonte: olhardigital
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