Hoje é o Dia Mundial do IPv6, data em que grandes empresas de tecnologia irão testar a internet para um futuro que prevê bilhões de pessoas e aparelhos conectados. O teste começou às 21h desta terça-feira (7/6) e segue até às 21h desta quarta-feira (8/6). Segundo a agência de notícias Reuters, companhias como Google, Facebook, Yahoo, Limelight Networks e Akamai são algumas das empresas internacionais que se uniram para verificar o preparo dos endereços IP do protocolo IPv6. Aqui no Brasil, Terra, Campus Party, iG, Dedic GPTI e o site da Polícia Federal também iniciaram os testes.
De acordo com a Reuters, o Dia Mundial do IPV6 foi organizado pela Internet Society (ISOC), uma organização sem fins lucrativos que se dedica ao desenvolvimento aberto da Internet. A ação será o primeiro teste global em grande escala do IPv6, porém, testes anteriores na Alemanha e Noruega já tiveram resultados positivos.
Para quem não sabe, os endereços IP do protocolo IPv4 pararam de ser distribuídos em fevereiro de 2011 e, com isso, os Registros Regionais de Internet passaram a entregar unicamente o protocolo IPv6. A troca aconteceu por uma questão de infraestrutura. Na década de 1970, quando o IPv4 foi criado, os desenvolvedores da web não tinham ideia do tamanho que a internet teria e, portanto, não se preocuparam em criar um padrão de endereços que suportasse a expansão da rede mundial.
Agora, com o crescimento exponencial da internet, esses números IPv4 estão chegando ao fim. A expectativa é de que já não exista mais disponibilidade de endereços a partir de dezembro de 2011. Então, para que a internet continue crescendo e se desenvolvendo, foi necessário criar um outro sistema de numeração, que irá comportar muito mais computadores, servidores, dispositivos online e endereços web. Em vez dos 4 bilhões de números - usados no IPv4 -, o IPv6 suporta uma quantidade que nem sabemos falar: são 3,4x10 elevado à 38ª potencia.
Com as mudanças, as empresas de conteúdo e os provedores de acesso à internet estão esperando que um dos dois lados dê o primeiro passo. Por isso que, de acordo com a Reuters, durante 24 horas, grandes empresas vão se juntar a companhias de distribuição para testar o IPv6 em seus principais serviços.
A verdade é que as empresas de Telecom e provedores serão os mais cobrados nessa história. Eles têm cerca de 1 ano e meio para se organizarem, mas como o movimento começou em 2008, os investimentos em equipamentos já estão sendo feito desde então. "Ainda é um assunto desconhecido por muitos, mas a CTBC e Global Crossing, por exemplo, já têm suporte ao IPv6. Outras como Telefonica, Embratel, GVT e Intelig estão se preparando”, comenta Antonio Moreira, coordenador de projetos do IPv6 BR, em entrevista para o Olhar Digital.
Estes testes podem causar problemas?
No site da própria Internet Society (ISOC), eles explicam que a grande maioria dos usuários serão capazes de acessar serviços normalmente, mas casos raros, especialmente em redes domésticas, podem enfrentar alguns problemas de acesso a sites que estão participando dos testes.
A estimativa é de que 0,05% dos internautas enfrentem problemas. Mas, segundo o ISOC, as organizações participantes irão trabalhar em conjunto com fabricantes de sistemas operacionais, fornecedores de roteadores domésticos e provedores de internet para minimizar o número de usuários afetados. As empresas que estão realizando os testes também estarão se esforçando para fornecer ferramentas para detectar problemas e oferecer sugestões de correções.
Para saber se você já é usuário de IPv6, clique aqui para acessar o site de testes da ISOC. E, caso você queira saber se algum site está fora do ar para mais pessoas além de você, clique aqui e descubra. A ISOC também sugere que qualquer pessoa que estiver tendo problemas de acesso deve contatar o suporte do provedor.
Saiba mais sobre o IPv6
O coordenador de projetos do IPv6 BR explica que a mudança para o IPv6 pode significar mais segurança para a Internet, pois o padrão conta com um protocolo criptografado, que pode identificar todo o caminho percorrido por cada IP. Para os usuários finais, essa mudança nem deve ser percebida. “Isso vai acontecer de forma invisível. Caso o internauta tenha um modem ou um roteador sem suporte para IPv6, será necessário comprar outro, mas isso depende da tecnologia usada. Algumas pessoas têm provedores que administram tudo e são eles que deverão disponibilizar o IPv6”, explica.
O executivo acredita que os aparelhos devem começar a ser vistos nas lojas mais no final do ano e, por isso, vale a pena esperar para comprar novos equipamentos. “A minha dica é conversar com seu provedor pra saber se eles já estão se preparando para esta troca”, sugere. Para ter ideia de como o IPv6 não será um "bicho de sete cabeças" para os usuários, no evento de tecnologia Campus Party, a Telefônica fez um experimento e disponibilizou IPv6 para todos os participantes. Durante os seis dias de evento, os internautas usaram o protocolo sem nem ao menos perceber.
Para quem quer saber mais sobre o assunto, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC) criou um site do projeto IPv6 no Brasil com cursos disponíveis em módulos que são super explicativos e fáceis de entender. Também separamos algumas matérias que explicam direitinho toda essa mudança.
Fonte: http://www.olhardigital.com.br
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