sexta-feira, 8 de julho de 2011

Exposição mistura arte e tecnologia com robôs, apps e softwares interativos


Roda da Vida
Stephanie Kohn

Dez trabalhos produzidos entre 2006 e 2009 compõem a 6ª edição do Rumos Arte Cibernética, em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo, até o dia 4 de setembro. As obras tratam de vários segmentos da tecnologia como a robótica, softwares e aplicativo. "O Programa Rumos funciona com um edital. Os artistas mandam os projetos e eles são selecionados por um júri externo. São especialistas na área", conta Marcos Cuzziol, Gerente do Itaulab, núcleo de arte e tecnologia do Itau Cultural.
A exposição ocupa três andares do espaço e apenas uma das instalações acontece paralelamente em um local externo. Nele está o chamado "Campo Minado". Trata-se de um game que deve ser jogado por meio de um aplicativo, que pode ser baixado em um smartphone rodando Android. Pelo app, o jogador vê um mapa da praça com um ponto de partida e chegada, além de um ícone que mostra a posição dele por meio do GPS. O intuito é que a pessoa alcance o seu ponto de chegada sem passar por áreas onde estão bombas, exatamente como acontece no Campo Minado.
Outra obra que mistura elementos da cidade com a arte cibernética é a instalação "Reações Visuais". Um software de análise espectral sonora transforma ruídos da cidade, captados por um microfone localizado no lado de fora do espaço, na Avenida Paulista, em imagens digitais da Mata Atlântica.
Já a "Roda da Vida" e a "Pista de Dança Interativa" precisam do corpo humano para funcionar. Usando o Kinect, a "Roda da Vida" permite que o visitante grave uma sequência de movimentos com 12 imagens, que são transformadas, automaticamente, em uma animação. As imagens, então, são vistas em uma releitura moderna do zootrópio, uma espécie de tambor giratório que, ao rodar, dá a ilusão de movimento das figuras. Na pista de dança interativa, webcams captam os movimentos do público, alterando as imagens da obra em tempo real. Um software criado pelo próprio artista altera as sequências de efeitos, formas e cores.

Há ainda duas obras dedicadas à robótica. Uma delas trata-se de um robô humanóide, apelidado de iHamlet, capaz de declamar textos baseados na obra de Shakespeare. No entanto, por se tratar de uma ideia ousada e mais complexa, ainda não está em total funcionamento. O outro robô é conhecido como "Amigóide" e busca o inter-relacionamento com seres humanos no meio da exposição. Ele "escolhe" uma pessoa dentro de uma arena circular, passa a segui-la e tenta convencê-la a ser sua amiga. Ambos tem páginas no Facebook e o "Amigóide" pode, inclusive, ser programado com novas frases, sugeridas pelos internautas.
Cuzziol conta que a maior parte dos artistas já tinham experiências em obras tecnlógicas, porém, pela complexidade, algumas delas demoraram até dois anos para serem finalizadas. Mas, ele diz não ver diferença entre esse tipo de arte e a convencional. "Uma arte feita hoje com essas tecnologias não são diferentes das feitas no século 16, apenas as tecnologias eram diferentes. O que muda, principalmente, é o que esse tipo de tecnologia permite”, conta o engenheiro, programador de games, especializado em tecnologia aplicada à arte.
Além das obras citadas, a exposição ainda mostra mais quatro instalações: Tijolo Esperto, arte luminosa baseada em placas de LED; Repartituras, instalação multimídia com desenhos convertidos em informação numérica e sons; New(s) Wor(l)d, imagens geradas a partir de RSS de sites e Corpo Digitalizado, que escaneia parte dos corpos do público para compor uma imagem no telão.
Para quem teve interesse em ver de perto as intalações, a exposição segue até 4 de setembro no Itaú Cultural. A entrada é gratuita.
Abaixo, veja uma galeria de imagens.





Fonte: http://www.olhardigital.com.br

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